Terapia atua em conjunto com os exercícios aeróbicos e de resistência.



Jogos eletrônicos, popularmente conhecidos como game, deixaram ter a exclusiva função de entretenimento e passaram a fazer parte de tratamento para diversas sequelas provocadas por conta de acidentes ou doenças. A inclusão do jogos eletrônicos em tratamentos médicos é denominada como gameterapia.

Em 2021, o Hospital Barros Barreto, em Belém, incluiu a gameterapia para o tratamento complementar em pacientes diagnosticados com sequelas provocadas pela Covi-19.

Em março de 2020, o seu Roberval Ferreira, de 53 anos, começou a sentir febre e dores no corpo, dois anúncios do que seria um caso moderado de Covid-19. Mesmo não sentindo falta de ar, em virtude de uma comorbidade, ele teve 25% do pulmão comprometido e, até hoje, enfrenta as sequelas da doença.

Gameterapia atua em conjunto com os exercícios aeróbicos e de resistência no Hospital Barros Barreto, em Belém — Foto: Divulgação/Barros Barreto

Para recuperar o condicionamento físico, Roberval iniciou, este ano, o atendimento de fisioterapia respiratória no Ambulatório de Reabilitação Pulmonar e Oncológica do Hospital Universitário João de Barros Barreto, e encontrou nos jogos de videogame uma alternativa eficaz e divertida de reabilitação.

“Eu fiz (gameterapia) semana passada e senti o impacto no corpo, sinal de que estou sedentário e preciso fazer mais atividade física”, comentou Roberval antes de iniciar um treino de boxe no videogame. Ele intercala as atividades com a bicicleta ergométrica e treinos com halteres e faixas elásticas.

A gameterapia, que já é utilizada como tratamento há cerca de um ano pelo hospital, atua em conjunto com os exercícios aeróbicos e de resistência, e, dependendo da necessidade do paciente, os jogos em diversas modalidades, como tênis, boxe, ou boliche, são inseridos na rotina.

O Ambulatório de Reabilitação Pulmonar e Oncológica atende a 84 pacientes por semana, sendo 14 deles para reabilitação pós-covid-19. Desde agosto de 2020, quando iniciaram os atendimentos específicos para Covid-19, 48 pessoas já receberam alta.

“Atendemos à demanda interna do Barros Barreto, que são pacientes e funcionários encaminhados pelos pneumologistas, e a principal queixa é a dispneia (falta de ar),” afirmou Laerte Guedes, fisioterapeuta e aluno do Programa de Residência em Oncologia da Universidade Federal do Pará.

“Muitos deles relatam que não conseguem subir escadas ou fazer atividades comuns do cotidiano, por isso a fisioterapia respiratória trabalha o condicionamento físico dependendo da necessidade de cada paciente, que é avaliada de acordo com a Escala de Berg, que é a escala do cansaço, por meio da qual os pacientes nos informam o seu limite físico”, completou Camila Alves, fisioterapeuta e residente em Oncologia.

Fonte: G1 PARÁ

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