Equilíbrio com outras atividades contribui para o desenvolvimento dos pequeninos



A estudante de História, Nayara Ferreira, 27 anos, mantém-se atenta quanto ao uso de aparelhos eletrõnicos, sobretudo, o celular, pela filha Alice, de 8 anos de idade. "Se deixar, por ela ficava usando o dia inteiro", relata a mãe. Para controlar o uso do aparelho, mãe e filha estabeleceram o horário de 13 às 15h30, após a escola da menina, com o monitoramento dos pais. "Todo conteúdo, aplicativo que ela usa tem que ter autorização e nós (também o pai, Anderson Duarte) acompanhamos, porque se não houver esse controle por parte dos pais a criança fica sem exercer a sua criatividade", afirma a mãe. No entanto, em muitos lares o cenário não é semelhante a esse, e, então, crianças e adolesentes são penalizados com o excesso de manipulação dos eletrõnicos e correm o risco até de ações criminosas, em particular, nesta pandemia da covid-19.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças de 2 a 5 anos de idade devem ficar no máximo uma hora por dia em frente às telas com celulares, smartphones, e crianças de 6 a 10 anos, duas horas por dia.

"A gente percebe que é um tempo muito reduzido e muito diferente da realidade. Então, o que eu sempre recomendo para os pais é que eles tenham atenção para que as crianças não deixem de ter outras atividades em função dos celulares. O que a gente tem é muita criança que nem brinca mais, fica ali o tempo todo nos jogos eletrônicos; não usam mais os brinquedos, não fantasiam, não brincam com os amigos, não têm brincadeiras motoras de correr, pular e outras. Quando o smartphone, as telas tiram da criança esse tempo dessa brincadeira, a gente precisa acender um alerta, porque isso, sim, vai ser muito prejudicial para o desenvolvimento dela", enfatiza a psicóloga Roberta Rios.

Os efeitos do uso contínuo e excessivo dos eletrônicos são os mais diversos, como a questão oftalmológica; no aspecto cognitivo; de desenvolvimento cerebral; dificuldade de atenção, de concentração; efeitos no aspecto social, emocional, já que as crianças começam a não se relacionar com o outro e não desenvolvem essas habilidades.

"O aspecto emocional é extremamente atingido, impactado por esse uso excessivo. Por exemplo, crianças que desenvolvem uma ansiedade exagerada pelo uso das telas, porque a tela é muito ansiogênica; então, essas crianças não conseguem ficar paradas, não conseguem fazer nada do que a gente brinca, não conseguem conviver com o tédio, não conseguem desenvolver outras habilidades nem ficar sem esses eletrônicos. E aí a gente começa a pensar, sim, em uma dependência, como um vício mesmo. Nós temos crianças e adolescentes que precisam fazer tratamento para ir dimimuindo esse uso", pontua a psicóloga.

Por causa do uso execisso dos eletrônicos, a criança passa a ser alvo fácil para crimes e outras ações de risco à integridade de meninos e meninas. Por isso, como ressalta Roberta Rios, a necessidade da supervisão de um adulto quando a criança usa uma aparelho eletrônico.

Aos pais cabe a tarefa de colocar limites no uso que os filhos fazem dos eletrônicos. Deve-se buscar conciliar esse uso com outras atividades, substituindo, muitas vezes, o celular pela prática do desenho, brincadeiras simples. Pais devem observar se o uso dos eletrônicos não está exagerado; é importante ter um horário pré-fixado, combinado com a criança, inclusive, ela própria atuando nesse controle.

Orientações para uso de eletrônicos:

- Crianças de 2 a 5 anos devem usar aparelhos em uma hora/dia; de 6 a 10 anos, duas horas/dia

- Em conversa com a criança, estabelecer um horário para o uso dos aparelhos

- Crianças devem ter outras atividades ao dia, além dos eletrônicos

- Alterar o uso dos eletrônicos com outras atividades, como pintura, brincadeiras de correr, pular.

- Pais e responsáveis devem monitorar uso de eletrônicos pelos filhos, como prevenção a complicações de ordem psicológica

- Cuidado com os conteúdos acessados pelas crianças, para prevenir ações criminosas contra os pequeninos


fonte: oliberal.com

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